Publicado em 12/11/2024

Fachada ativa: a cidade mais convidativa e funcional

Fachada ativa: a cidade mais convidativa e funcional

Geofusion Laura Machado
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Você sabe o que é uma fachada ativa e como ela contribui para tornar as cidades mais eficientes? Além disso, sabe o quanto esse tipo de estratégia arquitetônica favorece empreendimentos comerciais, entre outras frentes?

Neste artigo, vamos te explicar tudo o que você precisa saber sobre o tema.

Continue lendo para ver em detalhes:

  • o que é fachada ativa;
  • como uma fachada ativa dinamiza o espaço urbano;
  • como se dá o funcionamento de uma fachada ativa;
  • o que versam as leis brasileiras sobre fachadas ativas;
  • e muito mais!
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O que é fachada ativa e como ela dinamiza o espaço urbano

Fachada ativa é uma estratégia arquitetônica que integra o térreo de edificações ao espaço público, promovendo interação direta entre o interior do edifício e a rua. 

Essa abordagem de uso misto destina o pavimento térreo a empreendimentos não residenciais, como comércios e serviços, com acesso direto para os pedestres. Ela, em síntese, elimina barreiras físicas como muros e grades.

Ao incorporar fachadas ativas, as cidades se tornam mais vibrantes e seguras. 

Basicamente, a presença de estabelecimentos comerciais no nível da rua atrai pedestres, aumentando o fluxo de pessoas e, consequentemente, a vigilância natural do espaço urbano. Ou seja, há uma movimentação contínua que contribui para a redução de áreas desertas, inibindo atividades ilícitas e fortalecendo a sensação de segurança.

Além disso, edifícios com fachada ativa estimulam a economia local, pois facilitam o acesso a comércios e serviços — a proximidade entre moradores e estabelecimentos comerciais reduz a necessidade de deslocamentos longos.

É válido destacar também que a implementação de fachadas ativas valoriza o espaço público, tornando as calçadas mais atrativas e funcionais. Portanto, trata-se de uma abordagem que favorece a construção de cidades mais humanas e conectadas, alinhadas aos princípios do urbanismo contemporâneo.

Como funciona a fachada ativa?

Quanto ao funcionamento de um prédio com fachada ativa, ele se dá pela destinação do pavimento térreo a usos comerciais ou de serviços, com acesso direto e aberto ao público. 

Essa configuração acontece via eliminação de barreiras físicas (muros e grades, por exemplo), permitindo que os pedestres interajam facilmente com os estabelecimentos ali presentes.

Além disso, a fachada ativa incorpora elementos de permeabilidade visual, como vitrines e entradas amplas, que facilitam a visualização do interior pelos transeuntes e vice-versa. 

Principais características das fachadas ativas

Na tabela a seguir, veja quais são as características de uma fachada ativa:

Características das fachadas ativas
Interação com o espaço públicoPromove a conexão direta entre o interior do edifício e a rua, incentivando a circulação de pedestres e a vitalidade urbana.
Uso misto no térreoDestina o pavimento térreo a atividades comerciais ou de serviços, como lojas, cafés e restaurantes, acessíveis ao público.
Permeabilidade visualFacilita a visualização do interior pelos pedestres e vice-versa, aumentando a transparência e a segurança do ambiente.
Acessibilidade diretaOferece entradas diretas para os estabelecimentos no nível da rua, sem barreiras físicas como muros ou grades, tornando-os mais convidativos.
Contribuição para a segurançaAumenta a presença de pessoas na rua, o que pode reduzir a criminalidade e melhorar a sensação de segurança na área.
Valorização do espaço urbanoMelhora a estética e a funcionalidade das calçadas, tornando-as mais atrativas e promovendo a interação social.
Incentivo ao comércio localEstimula a economia local ao facilitar o acesso a comércios e serviços, incentivando o consumo e a geração de empregos na região.

Vantagens da fachada ativa para o espaço público e o comércio

Veja agora um detalhamento dos benefícios que as fachadas ativas oferecem, tanto no que diz respeito aos espaços públicos quanto para os estabelecimentos comerciais.  

Incentivo ao comércio e aumento do fluxo de pessoas

A fachada ativa é uma configuração que atrai pedestres, aumentando o fluxo de pessoas e estimulando a vitalidade econômica local.

Por meio dela, é oferecida uma variedade de serviços e produtos no nível da rua. Dessa forma, são atendidas as necessidades cotidianas dos moradores e visitantes, o que incentiva o consumo local. 

Essa proximidade reduz a dependência de deslocamentos longos, favorecendo o comércio de bairro e fortalecendo a economia regional.

Enriquecimento da experiência

Além disso, a diversidade de estabelecimentos nas fachadas ativas enriquece a experiência urbana. Basicamente, torna as ruas mais dinâmicas e atrativas. 

Os pedestres são estimulados a explorar a área, prolongando sua permanência e aumentando as oportunidades de interação social e comercial.

Geração de empregos

Com a presença de comércios no térreo, a criação de empregos locais é aumentada, fortalecendo a economia do bairro. 

Vale destacar que empreendimentos com fachadas ativas tendem a atrair pequenos empresários e empreendedores. Isso diversifica a oferta de serviços e produtos e, consequentemente, promove o desenvolvimento econômico sustentável.

Melhoria da mobilidade

Também a integração entre os espaços comerciais e o ambiente urbano incentiva modos de transporte ativos, como caminhar e andar de bicicleta. 

Essa acessibilidade aprimorada beneficia o comércio local ao mesmo tempo em que contribui para a saúde e o bem-estar da comunidade.

Dinamicidade comercial

A interação direta entre os estabelecimentos comerciais e os pedestres facilita a comunicação e o feedback imediato. Dessa forma, os comerciantes podem ajustar rapidamente suas ofertas às demandas locais. 

Estamos falando de uma adaptabilidade que aumenta a satisfação dos clientes e fortalece a fidelização, beneficiando tanto os consumidores quanto os empresários.

Valorização imobiliária

Outra vantagem da incorporação da fachada ativa é a valorização imobiliária da região — ela se torna mais atrativa para investidores e novos moradores. Isso resulta em melhorias na infraestrutura urbana e na qualidade dos serviços oferecidos.

Trata-se de uma iniciativa que promove a resiliência econômica da área, reduzindo a dependência de um único setor comercial. 

Ou seja, de uma multifuncionalidade que faz com que a região se adapte melhor às mudanças econômicas e sociais, mantendo sua relevância e dinamismo ao longo do tempo.

Benefícios para a segurança e a atratividade das cidades

A presença de fachadas ativas aumenta a vigilância natural das ruas, uma vez que a atividade constante nos estabelecimentos comerciais e a circulação de pessoas inibem comportamentos ilícitos. 

Redução de ações criminosas

A iluminação proveniente das fachadas ativas durante o período noturno melhora a visibilidade das vias públicas, desestimulando ações criminosas e aumentando a confiança dos pedestres em transitar pela área. 

Essa luminosidade adicional complementa a infraestrutura urbana, tornando as ruas mais seguras e acolhedoras.

Conservação 

Atividades comerciais e serviços nas áreas térreas dos edifícios reduzem a ocorrência de espaços abandonados ou subutilizados, que frequentemente servem como focos de insegurança. 

Ao mesmo tempo, promovem a manutenção e a conservação das edificações, melhorando o ambiente urbano como um todo.

Pluralidade social

Quanto à diversidade de usos nas fachadas ativas, ela atrai diferentes perfis de pessoas em variados horários, garantindo a movimentação constante nas ruas. 

Essa coesão social resulta em uma rede de apoio mútuo, onde os indivíduos se sentem responsáveis pela segurança e bem-estar da região.

Melhoria estética e funcional

Por fim, não se pode ignorar a atratividade estética de uma fachada ativa.

Vitrines e entradas convidativas enriquecem a paisagem urbana, tornando as ruas mais agradáveis e estimulando o turismo local. Elas contribuem para a identidade cultural da cidade e revigoram o orgulho dos habitantes em relação ao seu ambiente.

Além disso, a presença de fachadas ativas incentiva a manutenção e a conservação dos espaços públicos adjacentes, como calçadas e praças, uma vez que comerciantes e moradores têm interesse em manter o entorno limpo e organizado.

Exemplos de fachadas ativas no Brasil e no mundo

Para você não ter nenhuma dúvida sobre o que é fachada ativa, confira, a seguir, alguns exemplos bem conhecidos. 

Conjunto Nacional (São Paulo)

Localizado na Avenida Paulista, este edifício integra espaços comerciais no térreo, como livrarias e restaurantes, promovendo interação direta com o público. 

Além disso, é um marco histórico e cultural paulistano, atraindo moradores e turistas interessados em explorar seu ambiente diverso e dinâmico.

Edifício Copan (São Paulo)

Projetado por Oscar Niemeyer, o Copan possui uma variedade de estabelecimentos no nível da rua, incluindo bares e lojas que dinamizam o ambiente urbano. 

Sua icônica fachada ondulada e sua localização central fazem dele um ponto de encontro cultural e turístico, valorizando a convivência entre moradores e visitantes.

Museu do Amanhã (Rio de Janeiro)

Além de sua arquitetura futurista, o museu possui áreas no térreo que se conectam diretamente com a Praça Mauá, promovendo integração com o espaço público. 

Esse design convida os visitantes a se deslocarem entre o museu e os arredores, fortalecendo a revitalização da área portuária e estimulando atividades culturais.

The Row DTLA (Los Angeles, EUA)

Este complexo é um exemplo de revitalização urbana, com um conjunto de edifícios industriais adaptados para incluir lojas, restaurantes e espaços de trabalho no térreo. 

Sua fachada ativa traz um fluxo constante de visitantes, transformando o espaço em um centro cultural e de compras em meio à cidade.

One Central Park (Sydney, Austrália)

Conhecido por sua fachada verde e sistemas sustentáveis, este edifício também oferece lojas e restaurantes no nível da rua, incentivando a interação com os pedestres. 

É um exemplo de como a arquitetura moderna pode combinar estética, sustentabilidade e funcionalidade.

Fachada ativa e legislação: o que dizem as leis de zoneamento

As leis de zoneamento brasileiras incentivam a implementação de fachadas ativas para promover a integração entre edificações e o espaço público. 

Em São Paulo, por exemplo, a Lei nº 16.402/2016 estabelece parâmetros para fachadas ativas, definindo-as como ocupações no térreo destinadas a usos não residenciais com acesso direto ao logradouro público.

Essa legislação determina que, para ser considerada fachada ativa, a edificação deve atender a requisitos específicos, como a ocupação mínima de 25% da extensão da fachada no nível do térreo e a destinação de, no mínimo, 3 metros de extensão para uso não residencial. 

Além disso, a lei prevê incentivos para a adoção de fachadas ativas, como a possibilidade de não computar a área destinada a esses usos no cálculo do coeficiente de aproveitamento do terreno. 

Com essa medida, incorporadores e proprietários são estimulados a adotarem fachadas ativas, contribuindo para a vitalidade e segurança dos espaços públicos. 

Conclusão

O modelo arquitetônico de fachada ativa integra espaços comerciais e de serviços no pavimento térreo, promovendo um uso misto que combina funções residenciais e uso não residencial. 

Prédios com fachada ativa favorecem o acesso aberto à população, permitindo que os pedestres desfrutem de serviços variados sem necessidade de grandes deslocamentos. Isso porque a estrutura é pensada para facilitar a circulação e tornar o ambiente mais acolhedor, incentivando a interação entre os transeuntes e os estabelecimentos no térreo.

Por isso, a lei de zoneamento de diversas cidades incentiva esse modelo de ocupação, destacando a importância do uso misto para revitalizar áreas urbanas. Especialmente em regiões centrais, a legislação visa transformar as calçadas em espaços dinâmicos, oferecendo segurança e uma experiência urbana mais agradável. 

Em suma, a fachada ativa é uma configuração que permite que o pavimento térreo seja usado de forma produtiva e acessível. Que ele gere atratividade e funcionalidade, elementos essenciais para um espaço urbano vibrante.

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