Um longo lead time prejudica as vendas e diminui a retenção de clientes.
Isso porque, na manufatura, por exemplo, esse indicador se refere ao tempo que leva para um produto passar por todo o processo de produção, desde quando o pedido ou solicitação inicial foi feito até a entrega final.
Esse parâmetro, portanto, precisa ser acompanhado para garantir uma gestão eficiente em toda a cadeia de produção e consumo.
É preciso, entre outras coisas, ter boas taxas de entrega aos PDVs, mantendo uma relação saudável entre a indústria e seus intermediários.
Do contrário, haverá rupturas de estoque e de gôndola, reduzindo a satisfação e a conquista de lojistas e shoppers.
Vamos entender isso mais a fundo? Continue lendo para ver em detalhes:
Do inglês “tempo de espera”, lead time é o tempo total entre o início de um processo e sua conclusão.
No contexto da indústria, refere-se ao período desde a realização de um pedido até a entrega do produto ao varejista ou, quando for o caso, ao consumidor final.
Estamos falando de um parâmetro que pode ser considerado tanto uma métrica quanto um indicador-chave de desempenho (KPI).
Isso porque ele fornece dados específicos e objetivos sobre a eficiência operacional, mas também ajuda a avaliar e monitorar a eficácia dos fluxos de trabalho.
No detalhe, reduzir o lead time é essencial para aumentar a competitividade. Ou seja, quanto menor ele for, mais rápido os produtos vão chegar ao mercado, melhorando a resposta às demandas.
Além disso, um lead time curto reduz os custos de estoque e armazenamento.
Também é importante pontuar que vários fatores impactam o lead time, sendo a eficiência da cadeia de suprimentos um dos principais.
Processos de produção, logística e transporte são igualmente críticos. Eles, aliados à qualidade da comunicação e coordenação entre fabricantes, seus fornecedores e intermediários, afetam diretamente o lead time.
Na tabela a seguir, confira um rápido detalhamento dos tipos de lead time mais usuais:
7 tipos de lead time | |
1. Lead time do pedido | Tempo entre a realização do pedido pelo cliente e o recebimento do pedido pela empresa. |
2. Lead time de processamento | Tempo necessário para processar o pedido internamente, incluindo verificação de estoque, emissão de nota fiscal e preparação do pedido para produção. |
3. Lead time de produção | Tempo gasto na fabricação do produto, desde o início da produção até a conclusão. |
4. Lead time de transporte | Tempo necessário para transportar o produto acabado do local de produção até o cliente. |
5. Lead time de entrega ao cliente | Tempo total desde a realização do pedido pelo cliente até a entrega final do produto ao cliente. |
6. Lead time de compras | Tempo entre a decisão de aquisição de insumos/materiais necessários para a produção e a chegada deles na empresa. |
7. Lead time de reabastecimento | Tempo necessário para repor o estoque de materiais ou produtos, desde a realização do pedido de reabastecimento até a chegada dos itens. |
Vale a pena nos determos um pouco nas circunstâncias que podem impactar o lead time em diferentes momentos. Entre as principais, destacam-se:
Por outro lado, a logística reversa (gerenciamento de devoluções e reembolsos) pode igualmente prejudicar seus tempos de entrega como resultado de um controle de qualidade ruim.
O cálculo e o acompanhamento do lead time são fundamentais nos esforços de melhoria da eficiência operacional e de busca por competitividade.
Basicamente, porque um lead time curto permite que a companhia responda rapidamente às demandas, garante entregas rápidas e aumenta a satisfação dos intermediários e dos consumidores.
Monitorar o lead time ajuda a identificar gargalos e ineficiências nos processos. Com isso, é possível implementar melhorias que reduzem os custos operacionais, como a diminuição do tempo de produção e do estoque.
Com o cálculo do lead time, a indústria consegue planejar melhor suas necessidades de armazenamento, evitando excessos ou faltas de produtos. Isso otimiza tanto o uso de recursos quanto de espaço, além de evitar desperdícios.
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Clientes valorizam entregas rápidas e previsíveis.
Portanto, reduzir o lead time contribui para a fidelização, pois aumenta a confiança na empresa, impactando positivamente sua reputação.
Por fim, deve-se sempre ter em perspectiva que o cálculo do lead time fornece dados valiosos para a tomada de decisões.
Com essas informações, a organização pode ajustar seus fluxos produtivos, negociar prazos com fornecedores, melhorar sua cadeia de suprimentos, entre outras frentes.
Calcular o lead time envolve monitorar todas as etapas do processo: do tempo de processamento do pedido ao tempo de entrega, passando pelo dimensionamento temporal da produção.
Com isso em mente, acompanhe um passo a passo básico.
Primeiro, defina todas as etapas do processo, desde o pedido até a entrega. Inclua nessa avaliação inicial os tempos de processamento, produção, inspeção e transporte.
Registre o tempo gasto em cada etapa. Para isso, utilize ferramentas de rastreamento e softwares de ERP, pois eles garantem a obtenção de dados precisos.
Por exemplo, anote o tempo desde a ordem de compra até a chegada dos materiais, bem como o período de fabricação e quantas horas ou dias são necessários para a entrega ao varejista ou consumidor final.
Com esses dados em mãos, calcule o tempo total somando cada etapa identificada.
Se o tempo de processamento é de 2 dias, a produção leva 3 dias e a entrega 5 dias, por exemplo, o lead time total será de 10 dias.
Use os dados obtidos para identificar gargalos e áreas de melhoria — invariavelmente, haverá algo a ser reorganizado.
Ferramentas de análise de dados e relatórios vão te ajudar a visualizar o desempenho de maneira objetiva. Dessa forma, será mais fácil e preciso decidir como implementar os ajustes necessários.
Lembre-se: o lead time deve ser monitorado periodicamente para garantir melhorias contínuas.
Ajuste processos conforme necessário para manter a eficiência.
Planeje e preveja a demanda minuciosamente para alinhar as atividades de produção e aquisição com os pedidos esperados.
Para isso, use ferramentas e métodos de previsão de demanda e mantenha um nível apropriado de inventário para reduzir a dependência de entregas just-in-time.
Na esteira disso, ajuste os planos de produção conforme necessário e monitore constantemente os níveis de estoque para evitar excessos ou faltas.
Revise e otimize os processos de produção para eliminar gargalos e etapas desnecessárias.
Faça isso colocando em prática os princípios de manufatura enxuta para identificar ineficiências.
Onde for possível, introduza automação, especialmente para tarefas repetitivas ou que consomem tempo. Por exemplo, implemente robôs e sistemas automatizados para acelerar o processo, liberando a equipe para atividades mais complexas.
Construa relacionamentos fortes com fornecedores e intermediários.
Isso requer o estabelecimento de contratos e acordos de nível de serviço (SLAs) para garantir entregas pontuais.
Mantenha uma comunicação aberta e regular para antecipar e resolver problemas rapidamente. E, de maneira sistêmica, trabalhe em conjunto para implementar melhorias contínuas em toda a cadeia de suprimentos.
Implemente ferramentas e softwares modernos de gerenciamento da cadeia de suprimentos para melhorar a visibilidade, o rastreamento e a coordenação.
Por exemplo, utilize sistemas ERP para integrar informações em toda a empresa, facilitando a tomada de decisões.
Além disso, considere a adoção de soluções de rastreamento em tempo real. Elas fornecem visibilidade completa sobre a localização e o status dos materiais e produtos, entre outras frentes.
Identifique tarefas que podem ser executadas de maneira simultânea em vez de sequencial.
Para tal, analise o processo de produção em busca de oportunidades de paralelismo.
Minimize o tempo que leva para alternar entre diferentes produtos ou ciclos de produção utilizando técnicas como o SMED (Single-Minute Exchange of Die).
Também considere que procedimentos de troca eficientes aumentam a capacidade de produção e reduzem o lead time.
Treine funcionários para lidar com múltiplas tarefas ou estágios de produção, aumentando a flexibilidade da força de trabalho.
Nessas capacitações, trabalhe para que os profissionais consigam decidir rapidamente quando confrontados com desafios.
Além disso, descentralize a tomada de decisões e forneça autonomia, sempre visando evitar atrasos causados pela necessidade de múltiplas permissões.
Estabeleça um processo contínuo de coleta e análise de opiniões e dados dos clientes para entender melhor suas necessidades e expectativas.
Realize pesquisas de satisfação e análises de feedback para identificar áreas de melhoria. Paralelamente, encoraje uma cultura de melhoria contínua dentro da organização.
Realize revisões regulares dos processos e incentive os colaboradores a sugerirem melhorias, implementando mudanças incrementais que resultem em maior eficiência e lead time reduzido.
Trabalhar pelo encurtamento do lead time é um processo gradual que deve ser repetido sempre que a demanda aumentar e os processos da empresa não estiverem adequados para corresponder a ela.
Identificar todas as etapas da cadeia de suprimentos e entender onde existem quaisquer gargalos é fundamental. Só assim é possível otimizar o lead time por meio de um plano de correção dos problemas e redução dos prazos.
O que você achou da nossa explicação sobre o que é lead time, o que o impacta e como melhorá-lo?
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