Shelf life, em tradução livre, significa “tempo de prateleira”. Ele está relacionado ao prazo de validade de um produto. Ou seja, à sua vida útil, ou ao tempo em que ele pode ser mantido para venda ao consumidor final.
Este termo remete também a uma métrica fundamental para as indústrias de bens de consumo. Logo, há mais camadas sobre essa temática que merecem atenção.
Continue lendo para ver em detalhes:
O termo Shelf life refere-se à vida útil, ou à validade, de um produto. Basicamente, o período durante o qual uma mercadoria permanece adequada para consumo ou uso. Portanto, pode ser mantida à disposição no ponto de venda (PDV).
Em indústrias de bens de consumo, é uma métrica com um significado bem maior. Ela afeta diretamente a gestão de estoque, a satisfação do cliente, a lucratividade, entre outras frentes.
Produtos com shelf life curto, como alimentos frescos, exigem um controle rigoroso para evitar desperdícios e perdas financeiras. Já para aqueles com maior shelf life, como enlatados, é possível ter mais flexibilidade no planejamento de produção e logística.
É correto afirmar que o shelf life influencia diversas decisões de negócios, da definição de prazos de produção e distribuição até a precificação.
Dentro disso, companhias que lidam com produtos de alta rotatividade devem gerenciar o shelf life com muita atenção. Principalmente para minimizar o desperdício e garantir a disponibilidade dos itens nas prateleiras.
O shelf life também impacta diretamente a elaboração de promoções de vendas. Por exemplo, itens próximos do vencimento podem ser vendidos com descontos, minimizando perdas e liberando espaço no estoque.
As indústrias que gerenciam bem essa métrica têm meios de criar novas oportunidades comerciais. Por exemplo, aproveitando momentos em que a demanda por produtos com prazos curtos aumenta — eventos sazonais, entre outros.
Um outro aspecto importante da avaliação do shelf life é o relacionamento com fornecedores. Afinal, essa métrica favorece negociações de melhores prazos de entrega e ajuda a garantir o recebimento de mercadorias dentro de janelas de validade.
Em suma, o shelf life, quando bem acompanhado, contribui para o aumento da eficiência operacional e promove melhorias na experiência do cliente. Consequentemente, maximiza os lucros de fabricantes e seus parceiros de negócios.
Veja, a seguir, um detalhamento dos principais fatores cuja influência no shelf life de produtos merece atenção.
A embalagem é um daqueles fatores mais óbvios quando se pensa na durabilidade de produtos. Por isso, é preciso considerá-la com a devida importância.
Materiais de alta qualidade, como filmes que fornecem barreiras contra oxigênio e umidade, ajudam a preservar a integridade do produto.
Por exemplo, o uso de embalagens modificadas com atmosfera controlada (MAP). Nele, pode-se substituir o oxigênio por gases inertes, retardando a oxidação e aumentando a durabilidade de alimentos perecíveis.
A vedação adequada também evita contaminações e preserva as condições internas da embalagem. Dessa forma, protege-se o produto desde o transporte até o armazenamento final. Logo, o cumprimento da validade e da qualidade é garantido.
Também a composição dos ingredientes é determinante no shelf life.
Alimentos com altos níveis de água, por exemplo, tendem a ter menor durabilidade, já que a umidade favorece o crescimento de micro-organismos.
O uso de antioxidantes e conservantes pode prolongar a validade. Dessa forma, reações químicas indesejadas, como a oxidação de óleos e gorduras, são limitadas.
Além disso, o nível de pH e o potencial de redução dos ingredientes podem afetar a proliferação microbiana. Eles influenciam verticalmente o tempo que o produto permanece seguro.
Para garantir um shelf life adequado também é preciso manter o produto em boas condições de temperatura e umidade.
Itens armazenados em ambientes com temperaturas controladas têm menos chances de deterioração precoce. É o caso dos alimentos secos, que requerem armazenamento em locais com pouca umidade para evitar a absorção de água.
Já os produtos sensíveis a temperaturas altas precisam ser armazenados sob refrigeração ou congelamento. Do contrário, não é possível prolongar suas validades.
Entre os fatores externos que mais merecem atenção estão a temperatura e a umidade, pois eles afetam significativamente a durabilidade dos produtos.
Basicamente, temperaturas elevadas aceleram reações químicas e microbianas. Já a umidade em excesso invariavelmente promove o crescimento de fungos e bactérias, principalmente em produtos secos.
É, portanto, essencial manter um controle rigoroso sobre essas variáveis durante a produção, o transporte e o armazenamento. Do contrário, não haverá garantia de que o produto chegará ao consumidor final em condições adequadas.
Por fim, não se pode falar em fatores que influenciam o shelf life de produtos sem considerar a exposição à luz.
Especialmente à luz UV pode acelerar a degradação — oxidar compostos como vitaminas e gorduras em alimentos, por exemplo.
Logo, produtos sensíveis à luz devem ser armazenados em embalagens opacas ou que bloqueiem a entrada de luminosidade.
Além disso, a presença de micro-organismos, como bactérias e fungos, pode comprometer a segurança do produto. O que exige a manutenção de boas práticas de higiene e embalagens que limitem a contaminação.
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Os parâmetros para o cálculo de shelf life vêm da Anvisa.
Por meio da RDC nº 259/2002, por exemplo. Nela, estão definidos os requisitos de rotulagem e prazo de validade, além de outras normas relacionadas à segurança de alimentos.
Essa regulamentação exige, entre outras coisas, que as indústrias realizem testes de estabilidade. E que sigam determinadas diretrizes para garantir a qualidade e segurança do produto durante toda sua vida útil.
Na prática, a Anvisa recomenda diversas abordagens para calcular o shelf life.
Quais são elas? Confira na tabela a seguir!
Veja agora três grandes frentes nas quais o shelf life impacta resultados em indústrias de bens de consumo.
A forma como as indústrias gerenciam seus estoques é impactada pelo shelf life.
Como sabemos, esse aspecto influencia nos resultados de competitividade e lucratividade. Além disso, na reputação mercadológica.
Riscos de perda de produtos por expiração, redução de desperdícios e maximização do uso eficiente dos recursos disponíveis entram nessa equação. Quando bem gerenciados, esses aspectos favorecem bons resultados.
E o contrário também é verdadeiro: a má gestão do shelf life costuma resultar em excessos de gastos operacionais.
É bastante recomendado que as indústrias ajustem suas estratégias de produção e distribuição com base no shelf life. Dessa forma, garantem que os produtos sejam enviados para os varejistas, ou diretamente aos consumidores finais, com bom prazo de validade.
Em paralelo, o planejamento de vendas deve estar alinhado com o ciclo de vida do produto. Isso com uma boa previsão de demanda. Sobretudo para evitar a produção excessiva de itens com shelf life curto que podem não ser vendidos a tempo.
No detalhe, a administração deficiente do shelf life pode levar à necessidade de promoções frequentes. Isso, embora ajude a evitar desperdícios, reduz as margens de lucro e também costuma prejudicar a percepção de valor do produto.
Vale a pena também nos determos um pouco na questão da lucratividade.
É correto afirmar que uma gestão adequada do shelf life ajuda a potencializar os lucros.
Isso porque, evitando a perda de produtos, são reduzidos os custos de produção, armazenamento e distribuição.
Além disso, a garantia de disponibilidade de mercadorias via controle eficiente do vencimento evita rupturas nas prateleiras. Ademais, aumenta as chances de vendas recorrentes e fideliza clientes.
Em suma, uma gestão eficiente do shelf life permite:
Tudo isso se traduz em bons retornos e eficiência financeira.
A boa notícia é que companhias de bens de consumo dispõe de tecnologia avançada para fazer gestão de shelf life.
Para entender como usar ferramentas tecnológicas para essa finalidade, dê uma olhada nos tópicos que seguem.
Sistemas de ponta possibilitam o acompanhamento contínuo das condições de armazenamento e transporte dos produtos.
Isso por meio de sensores inteligentes que coletam dados sobre temperatura, umidade e outros fatores ambientais que influenciam diretamente o shelf life.
Basicamente, as informações são transmitidas para plataformas integradas. E, a partir delas, ações imediatas podem ser realizadas em caso de desvios dos parâmetros ideais.
A análise de grandes volumes de dados auxilia na previsão de demanda e no planejamento de produção.
Ao compreender padrões de consumo e tendências de mercado, é possível ajustar estoques, evitando excessos ou faltas de produtos. Essa precisão contribui para a redução de desperdícios e otimização do shelf life.
Plataformas e métodos de geomarketing facilitam a identificação de oportunidades de mercado e distribuição de mercadorias. Isso acontece por meio da análise de dados geográficos em cruzamento com outras informações sociodemográficas, por exemplo.
É possível, entre outras coisas, compreender a localização dos consumidores e suas preferências.
Logo, indústrias e distribuidoras conseguem direcionar seus produtos de maneira mais eficiente, garantindo que sempre cheguem frescos e dentro da validade.
Conectar sistemas de gestão e a automação de processos eleva o controle sobre o ciclo de vida dos produtos.
ERPs (Enterprise Resource Planning) integrados com outros ferramentas e aplicativos, por exemplo, facilitam:
Isso assegura que os produtos com menor shelf life sejam priorizados na distribuição, minimizando perdas.
Também a tecnologia blockchain é muito útil na gestão de shelf life. Ela, entre outras frentes, proporciona transparência e segurança na cadeia de suprimentos.
Todas as etapas pelas quais o produto passa, da produção até o ponto de venda, são registradas com máxima acuracidade. Com isso, é possível garantir a autenticidade e a integridade das informações.
Esse tipo de solução é especialmente relevante para produtos perecíveis, onde a rastreabilidade influencia a gestão do shelf life.
Por fim, com a popularização da IA, muitas organizações vêm refinando suas abordagens estratégicas. Elas conseguem, via machine learning, identificar padrões complexos que influenciam o shelf life.
Também utilizam algoritmos avançados para analisar variáveis como condições climáticas, comportamento do consumidor e eficiência logística. Com isso, obtêm insights para a tomada de decisões ágeis e eficazes. Inclusive de maneira preditiva.
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O shelf life tem um impacto significativo nos resultados de uma indústria. Especialmente em setores que lidam com bens perecíveis, como alimentos, bebidas e produtos farmacêuticos.
Ele requer gerenciamento eficiente, sobretudo para otimizar estoques, realizar bons planejamentos comerciais e melhorar a lucratividade.
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