A cobrança da taxa de franquia é um dos requisitos para que o franqueador conceda ao franqueado o direito de fazer parte da rede. Mais precisamente, ela é o primeiro aporte realizado, geralmente no momento de assinatura do contrato.

Como tudo o que envolve esse modelo de negócio, há algumas variáveis a serem observadas na hora de calcular a taxa de franquia. Por exemplo, seu valor médio depende do segmento de mercado e do peso da marca em questão, entre outros fatores.

Sobre isso, vamos te ajudar a refletir aqui. 

Continue lendo para saber em detalhes:

• o que é taxa de franquia;
• para que serve a taxa de franquia;
• em quais frentes a taxa de franquia se diferencia dos valores de royalties e de publicidade;
• como calcular a taxa de franquia adequadamente;
• e muito mais!

O que é Taxa de Franquia?

A taxa de franquia é o valor que o franqueado paga ao receber o direito de entrar para uma rede franqueada. Ela é normalmente paga no ato da assinatura de concessão, quando o franqueador fornece o direito de uso da marca e o acesso ao know-how já estabelecido.

“Está ligada ao início dos negócios, à orientação e capacitação iniciais para que o franqueado possa ser bem-sucedido na implantação de sua unidade”, destaca a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

No detalhe, vale a pergunta: para que serve a taxa de franquia?

Na prática, essa taxa existe porque o detentor da rede de franquias faz diversos investimentos para o desenvolvimento do modelo de negócio. Isto é, para obter e transmitir esse conhecimento, o franqueador precisa de uma remuneração — ela varia conforme a maturidade e a reputação já conquistadas. 

Além disso, estamos falando de um valor que cobre despesas de prospecção de novos empreendedores, entre outras. 

E quanto à legislação e as práticas mercadológicas em torno da taxa de franquia?

Sobre isso, vale acrescentar dois pontos importantes: 

1. A Lei nº 13.966, de 26 de dezembro de 2019, conhecida como a Nova Lei de Franquias, regulamenta o sistema de franquia empresarial, incluindo disposições sobre a taxa de franquia. Por exemplo, determina que todas as taxas estejam dispostas de maneira clara na Circular de Oferta de Franquia (COF).
2. Embora muito comum no mercado nacional de franchising, é perfeitamente viável que franqueadores não cobrem taxas a novos franqueados — algumas usam a “gratuidade” como estratégia de expansão. Isto é, a regulamentação vigente não exige que esse aporte inicial seja exigido.

Diferença entre taxa de franquia, de royalties e de publicidade

É muito importante não confundir a taxa de franquia com os royalties e os valores pagos pelo franqueado à franqueadora para fins de publicidade.

→ Dê uma olhada na tabela a seguir e entenda as diferenças:

Em síntese:

As diferenças entre taxa de franquia, royalties e taxa de marketing/publicidade refletem funções distintas na estrutura financeira do sistema de franquias. 

Enquanto a taxa de franquia cobre custos iniciais como treinamento e implantação, os royalties garantem a sustentabilidade da relação contínua. Estes financiam o suporte operacional e o aprimoramento da rede. 

Quanto à taxa de publicidade — também chamada de taxa de marketing —, ela tem o objetivo de reforçar a presença da marca no mercado. É cobrada de toda a rede de franqueados para ampliar a divulgação da marca e, assim, favorecer a todos com mais possibilidades de vendas e lucratividade.

É válido pontuar também que cada uma dessas taxas precisa ser transparente e estar vinculada ao valor entregue ao franqueado. 

Qual é a importância de calcular a taxa de franquia?

Para o franqueador, saber como calcular a taxa de franquia adequadamente é fundamental. Isso porque esse valor tem impacto direto na sustentabilidade e na expansão da rede. 

Isso significa que uma taxa bem definida permite cobrir custos iniciais, como treinamento e suporte, garantindo que o franqueado inicie as operações com a estrutura necessária.

Ademais, uma taxa de franquia justa torna a oferta mais atrativa para potenciais investidores. Ela equilibra o retorno financeiro do franqueador e a viabilidade econômica para o franqueado.

→ Leia também:

• Dinâmica Franqueador e Franqueado: guia completo.

Como calcular a taxa de franquia?

Conforme pontuamos, são diversas as variáveis a serem consideradas ao avaliar como calcular a taxa de franquia. Entre elas, temos:

• custos operacionais, tais como suporte, treinamento, manuais e outros;
• valor do know-how adquirido pelo tempo de operação;
• valor de marca, que inclui reconhecimento no mercado, grau de inovação e de exclusividade, entre outros ativos tangentes e simbólicos;
• complexidade do modelo de negócios — se há multicanalidade, com e-commerce e franquias físicas coexistindo, por exemplo;
• porte da rede;
• e outros fatores mercadológicos.

Exemplo de cálculo da taxa de franquia

Digamos que o valor inicial para a concessão de direito de entrada em uma rede de franquias seja de R$300.000,00 e que, após analisar todas as variáveis descritas acima, o franqueador fixou a taxa de franquia em 5%.

Neste caso, a equação seria:

Teríamos então como resultado, uma taxa de R$15.000,00.

→ Leia também:

• Crescimento em espiral: como aplicar na expansão de franquias.

Conclusão

Quando se fala em taxa de franquia, normalmente o que está em jogo é o aporte inicial que o franqueado faz ao assinar o contrato junto ao franqueador. Este montante precisa estar bem discriminado na Circular de Oferta de Franquia (COF).

Não se deve confundir a taxa de franquia com os royalties cobrados periodicamente sobre os valores de faturamento do franqueado. Além disso, a contribuição para o fundo de marketing/publicidade da rede também não é sinônimo da taxa de franquia.

Para o franqueador, essa taxa visa cobrir despesas e também corresponde ao valor da marca. Por outro lado, o franqueado tem nela um parâmetro de análise importante. Ele deve verificar, por exemplo, os impactos do montante no potencial de retorno sobre o investimento (ROI).

Que tal, nós conseguimos ampliar suas perspectivas sobre a taxa de franquia?