Victor Melo
A utilização de Inteligência Artificial no varejo está se tornando cada vez mais comum. Tanto é que, em níveis globais, esse mercado deverá crescer a uma taxa anual (CAGR) de 39,50% até o final de 2030, segundo levantamento da Cognitive Market Research.
Varejistas de diferentes segmentos já recorrem a uma gama enorme de ferramentas sob esse guarda-chuva para otimizar processos internos, reduzir custos e faturar mais. Isso passou a ser visto com ainda mais clareza a partir da popularização de soluções de IA Generativa, como o ChatGPT, mas muitas outras aplicabilidades já estão em curso.
Da automatização da cadeia de suprimentos à operações de lojas, passando por adequação a plataformas omnichannel até a definição de projetos de expansão ou mesmo gestão de vendas.
Vamos refletir em profundidade sobre isso?
Continue lendo para ver:
Você sabia que 91% dos líderes de Tecnologia da Informação (TI) no varejo estão priorizando a implantação de soluções de Inteligência Artificial até 2026? É o que aponta um estudo global da Gartner.
Este movimento anda lado a lado com a aderência do setor à transformação digital. Ele, aliás, está entre os que mais investem em tecnologias, métodos e pessoal qualificado para incorporar mais digitalização.
Isso se deu com ainda mais afinco a partir da pandemia de COVID-19, quando muitos varejistas se viram obrigados a aderir às vendas online. Logicamente, essa movimentação já vinha acontecendo, porém ela foi intensificada a partir de 2020.
No detalhe, para atender às expectativas do cliente, lojistas de todos os portes trabalham para fornecer uma experiência consistente e abrangente em variados meios de contato. Dessa forma, atendem a novos comportamentos de consumidores, cada vez mais aderentes às relações online.
Com isso, chegou-se finalmente à multicanalidade. Ou seja, à disponibilização de vários pontos de interação. Isso de maneira coordenada, integrada; facilitando vendas e atendimento mais ágeis e eficientes.
As próprias operações, nas mais variadas frentes, têm sido ajustadas a partir da adoção de tecnologias digitais. Do controle de estoques ao atendimento nos PDVs físicos e virtuais, passando pela logística de entrega, entre outras áreas.
Em suma, pode-se dizer que a Inteligência Artificial no varejo é uma realidade bastante “natural”, uma vez que esse setor já havia passado pela transformação digital. Seja criando experiências imersivas online e também nas lojas físicas, seja aderindo a ferramentas na operação e na gestão estratégica.
Dê uma olhada na tabela a seguir e confira a abrangência do guarda-chuva da Inteligência Artificial no varejo:
| Principais tipos de Inteligência Artificial aplicadas no varejo | |
| Machine Learning (Aprendizado de Máquina) | Previsão de demanda, personalização de ofertas, análise de comportamento do cliente. |
| Processamento de Linguagem Natural (NLP) | Atendimento ao cliente via chatbots, análise de sentimentos em redes sociais. |
| Visão Computacional | Monitoramento de prateleiras, reconhecimento de produtos, segurança em lojas. |
| Robótica | Automação de centros de distribuição, reabastecimento de prateleiras, entrega autônoma. |
| Sistemas de recomendação | Sugestão de produtos personalizados, marketing direcionado, aumento de vendas cruzadas. |
| Inteligência Artificial Preditiva | Gestão de estoque, otimização de cadeia de suprimentos, precificação dinâmica. |
Quanto aos detalhes da aplicabilidade prática da Inteligência Artificial no varejo, é importante saber que ela assume incontáveis facetas. Veja nos tópicos a seguir.
A hiper automação proporcionada pela Inteligência Artificial vai do processamento de pedidos à gestão de inventário, entre muitos outros fluxos de trabalho.
Há ferramentas sob esse guarda-chuva que ajudam a determinar o reabastecimento de prateleiras e a até a prever demandas futuras. Além disso, o uso de robôs em centros de distribuição e lojas tem reduzido erros e aumentado a eficiência operacional.
Sem contar como tecnologias de IA aceleram o atendimento, garantem que o estoque esteja sempre alinhado com as necessidades do mercado, evitando rupturas e excessos.
Modelos de machine learning também são cada vez mais utilizados para otimizar a eficiência de tarefas repetitivas e rotineiras. Eles são bastante comuns em lojas autônomas, onde o cliente não precisa entrar em contato com nenhum atendente para conseguir realizar sua compra.
Também não se pode ignorar a personalização impulsionada pela Inteligência Artificial. Ela revoluciona a forma como os varejistas interagem com os consumidores.
Seja analisando dados de compras anteriores, histórico de navegação e preferências, ou em outros processos, os algoritmos podem recomendar produtos específicos para cada comprador.
Isso cria uma experiência única, que aumenta a satisfação e a fidelidade. Ademais, chatbots inteligentes oferecem suporte ininterrupto, atendendo dúvidas e fornecendo atenção sob medida e em tempo real.
Na gestão do estoque e em outras áreas da logística, a Inteligência Artificial no varejo é imbatível. Ela ajuda a antever demandas com alta precisão, especialmente via modelos preditivos, que analisam dados históricos e tendências de mercado.
A partir de dados a respeito das entradas e saídas de produtos dos estabelecimentos, é possível ter maior previsão de demanda, identificando sazonalidades e até mesmo diferenças regionais.
Uma rede de restaurantes, por exemplo, que tenha como foco a oferta de almoços e jantares, talvez descubra oportunidades para venda de sorvetes.
No entanto, ela consegue ir além e saber quais marcas são mais consumidas em lugares distintos: será que as pessoas que consomem em bairros de alto poder aquisitivo têm as mesmas preferências de outros de baixa renda?
Isso é algo que a aplicação da Inteligência Artificial no varejo ajuda a saber com assertividade. O que facilita o ajuste dos níveis de estoque, minimizando perdas e otimizando a cadeia de suprimentos.
O uso de algoritmos em sistemas de gestão de transporte (TMS), por exemplo, permite uma distribuição mais eficiente, reduzindo custos e tempos de entrega. Isso é determinante no sucesso, uma vez que as expectativas dos consumidores por entregas rápidas e sem erros é cada vez mais frequente.
Sempre atento ao que os consumidores esperam, o varejo encontrou na Inteligência Artificial meios ainda mais precisos de fazer análises comportamentais.
Ferramentas de análise de dados, como machine learning, processam enormes volumes de informações para identificar padrões de compra, transações, entre outras variáveis.
Isso permite que os varejistas mantenham suas estratégias de marketing, ofertas de produtos e layout de loja, por exemplo, bem alinhadas com o que seus públicos-alvo esperam.
Outro uso inovador de Inteligência Artificial no varejo é para prever a performance de pontos comerciais em prospecção, dentro de projetos de expansão.
Com dados de localização e modelos de machine learning, redes varejistas mapeiam os fatores de sucesso de suas lojas atuais e passam a obter um valor em reais de quanto um potencial ponto pode vender.
Desta forma, elas conseguem direcionar seus investimentos de expansão e aprimorar estratégias de crescimento.
Até aqui, você já entendeu um pouco dos benefícios da IA no varejo. Ela fornece aplicações de grande utilidade, que trazem vantagens competitivas, tanto do ponto de vista operacional quanto estratégico.
Contudo, podemos ir ainda mais a fundo; mostrar com detalhes as vantagens fornecidas pela IA neste setor. Confira, a seguir!
Ao analisar dados históricos, tendências de mercado e desempenho do fornecedor, a IA auxilia os varejistas a tomar decisões informadas sobre sourcing, reposição de estoque e gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Ela garante um processo de compra simplificado, minimizando custos e maximizando a eficiência. Logo, fornece mais retorno sobre os investimentos, pois as aquisições são realizadas de maneira altamente racional, evitando vieses e até erros comuns nas decisões puramente humanas.
Algoritmos de IA analisam grandes quantidades de dados para identificar padrões e anomalias que podem indicar atividade fraudulenta, como fraude de pagamento ou redução de estoque.
Além disso, sistemas de visão computacional podem analisar imagens de vigilância para detectar atividades suspeitas, identificar furtos ou prevenir fraudes.
Isso aumenta a segurança das lojas físicas e virtuais, reduzindo perdas por roubo.
A precificação preditiva, alimentada por algoritmos de IA, permite que os varejistas ajustem rapidamente os preços com base em vários fatores, como demanda, preços dos concorrentes e níveis de estoque.
Ao identificar a elasticidade de preço de cada um de seus produtos, os varejistas garantem que as estratégias de precificação sejam otimizadas para lucratividade.
Quando se olha para as operações comerciais, a Inteligência Artificial no varejo também é um divisor de águas. Ela garante que os estrategistas da área, bem como os operadores (vendedores, representantes) tracem rotas e tomem decisões mais bem informadas.
Esses profissionais conseguem aproveitar, por exemplo, ferramentas de Marketing baseadas em IA para realizar campanhas direcionadas. Basicamente, o alto teor de personalização impresso nas ativações potencializa abordagens de vendas de ponta a ponta.
Os varejistas mais bem-sucedidos já estão explorando a capacidade de sincronizar seus preços e atividades de marketing, maximizando o impacto de ambos os orçamentos e aumentando a lucratividade geral.
Por meio do histórico de vendas, ferramentas baseadas em machine learning conseguem interpretar as preferências de cada pessoa.
Desta forma, essas informações podem ser usadas para campanhas com sugestão de novos itens a serem adquiridos — no mercado digital — ou mesmo melhor entendimento sobre comportamento de consumo para melhor definição de mix de produtos por loja.
Com isso, as empresas conseguem crescer em volume de vendas e potencializar a performance de seus canais.
A Inteligência Artificial no varejo proporciona vantagens como:
Esses são fatores que fazem com que as companhias consigam obter bons resultados no curto prazo.
Afinal, tratam-se de otimizações que podem se estender por vários anos, potencializando vendas, direcionando suas linhas de produtos de maneira mais assertiva e, inclusive, gerando ganhos na reputação de suas marcas.
Vale a pena olhar para os rumos da Inteligência Artificial para vendas no setor varejista.
Isso porque, em um ambiente de varejo competitivo, onde experiências de compras emocionantes abundam, varejistas tradicionais devem envolver os clientes com interações personalizadas e relevantes.
Eles devem verdadeiramente oferecer experiências únicas e inspiradoras em cada etapa da jornada de compra.
Com a IA, não há espaço para prateleiras vazias ou expectativas de promoção não gerenciadas. Ela ajuda os players desse setor a obter insights valiosos e moldar abordagens centradas no consumidor.
No detalhe, diversos tipos de IA emprestam lentes estratégicas; oferecem análises e previsões de ponta que dão aos varejistas condições de se adaptarem rapidamente às reviravoltas do mercado.
Em síntese, soluções de Inteligência Artificial para vendas possibilitam:
Nos últimos tempos, muitas soluções surgiram com a proposta de automatizar e resolver desafios do varejo por meio da IA.
Se, por um lado, isso tem acelerado a implantação de processos inovadores nas empresas, por outro também dificulta a escolha dos profissionais por algo que vá de fato trazer resultados ao negócio.
Pensando nisso, a Geofusion desenvolveu a Calculadora Personalizada de Previsão de Vendas, uma solução totalmente customizada de acordo com as estratégias da sua marca.
A partir de bases históricas de faturamento dos seus estabelecimentos junto a dados de mercado e à experiência de mais de 25 anos de especialistas em inteligência geográfica, você passa a ter um modelo projetado especialmente para sua rede de lojas.
Com a Calculadora Personalizada, você passa a ter previsão de faturamento de pontos comerciais em qualquer local do Brasil, servindo tanto para planos de expansão quanto estudos de inteligência de mercado, além de poder otimizar operações e mensurar resultados financeiros futuros.
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Tendências de Inteligência Artificial no varejo para ficar de olho
Até 2025, 80% dos executivos de varejo esperam que suas empresas usem tecnologias de automação inteligente e 40% já usam alguma forma delas, de acordo com a Analytics Insight.
Portanto, não se pode finalizar uma reflexão sobre Inteligência Artificial no varejo sem olhar para o futuro.
Confira, a seguir, quais são as principais tendências que estão no horizonte do setor — apontadas pelo Fórum Econômico Mundial, o portal The Future of Commerce e outras fontes.
Em breve, paredes e outras superfícies poderão atuar como componentes inteligentes em redes sem fio, otimizando as comunicações em lojas e outros ambientes de varejo.
Isso permitirá melhor cobertura e conectividade, especialmente em áreas com alta densidade de dispositivos, como lojas com muitos clientes utilizando smartphones.
A IA Generativa está se movendo para além de texto e imagens, com o desenvolvimento de modelos que podem interpretar e gerar vídeos de forma autônoma.
Muito brevemente, possibilitará criação de conteúdos publicitários mais imersivos e personalizados, além de aumentar o uso de deepfakes para marketing, exigindo regulamentação rigorosa.
Com a crescente preocupação com a privacidade, a utilização de dados sintéticos, que replicam padrões de dados reais sem comprometer informações sensíveis, se tornará uma realidade.
Essa abordagem deverá dar aos varejistas condições de aproveitar grandes volumes de informações para análises e treinamento de IA sem violar a privacidade dos clientes.
A evolução das regulamentações (como o AI Act na União Europeia) forçará os varejistas a navegar por questões complexas relacionadas à tomada de decisão automatizada e à privacidade do consumidor.
A conformidade com essas normas exigirá adaptações significativas nos sistemas de IA utilizados no setor.
→ O que você achou da nossa reflexão sobre a Inteligência Artificial no varejo?
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