Uma ruptura de estoque é uma situação em que há falta de estoque. Ela pode acontecer por motivos como problemas com fornecedores, falha de equipamento, atrasos de transporte, roubo de carga, entre outros.
De maneira geral, trata-se de um evento que foge ao planejado, resultando em prejuízos financeiros, danos reputacionais e perda de competitividade no mercado para a empresa.
Isso não significa que a incidência de rupturas de estoque não possa ser mitigada, como você verá a seguir.
Continue lendo, pois aqui vamos te mostrar detalhes sobre:
A ruptura de estoque é um evento em que um produto se esgota no estoque e, portanto, fica indisponível para atender um pedido.
Idealmente, a empresa toma conhecimento dessa situação antes que os clientes façam solicitações. Dessa forma, pode evitar o pior cenário, alterando o status de disponibilidade do item em seu site e em quaisquer outros canais de vendas.
Caso a empresa saiba quando o produto estará novamente disponível, é importante divulgar um aviso de ruptura de estoque.
Essa informação pode ajudar os compradores a decidir se devem esperar ou procurar outro fornecedor: eles ficarão satisfeitos pela transparência. Em linhas gerais, a ruptura de estoque quase sempre faz com que a satisfação do cliente diminua. Por isso, é essencial conhecer as causas e as melhores formas de evitá-las.
Entremos agora no detalhe sobre o que significa ruptura de estoque.
Normalmente, pode-se dizer que ela se caracteriza pela indisponibilidade de produtos no ponto de venda. Contudo, é possível ir um pouco mais a fundo.
A ruptura de estoque ocorre quando um produto está indisponível para venda no momento em que o cliente deseja comprá-lo. Por exemplo, devido a falhas na reposição, problemas na cadeia de suprimentos ou demanda superior à capacidade de produção.
Para os varejistas, ter a ruptura de estoque sob controle, ou bem dimensionada, é importante, pois este é um indicador que aponta a perda de oportunidades de venda. Ele, quando muito alto, demonstra que há ou haverá impactos negativos na experiência do cliente.
Ao monitorar esse parâmetro, é possível otimizar a gestão de inventário, reduzir perdas e fortalecer a lealdade dos consumidores, aumentando a competitividade no mercado.
Pensando conceitualmente na ruptura de estoque, exemplos não faltam — inclusive públicos, vivido por setores e empresas bem conhecidos.
Em 2020, durante a pandemia de COVID-19, supermercados brasileiros enfrentaram rupturas de estoque de itens essenciais. Entre eles, álcool em gel e papel higiênico, que tiveram alta súbita de demanda ao mesmo tempo em que aconteceu a interrupção na cadeia de suprimentos.
Outro exemplo aconteceu com lojas de materiais de construção no Brasil em 2021: cimento e aço ficaram escassos no mercado. Isso se deu porque a demanda do setor imobiliário cresceu muito e, ao mesmo tempo, as indústrias atrasaram produção e entregas.
No setor de eletrônicos, lançamentos de smartphones frequentemente sofrem rupturas de estoque. Isso ocorreu com o iPhone 12 em 2020 em muitos países, quando a alta procura superou a oferta inicial, resultando em escassez temporária nas lojas.
Para os profissionais responsáveis pela gestão de estoque, a ruptura é um alerta importante; ela diz muito sobre a eficiência da cadeia de suprimentos.
Por meio do monitoramento constante, é possível identificar gargalos e otimizar processos de reposição. Isso garante que o produto esteja disponível no momento certo, atendendo à demanda e evitando prejuízos financeiros.
Além de afetar o faturamento, a ruptura de estoque impacta a imagem da empresa. Basicamente porque, frequentemente, compradores e consumidores atribuem a responsabilidade pela falta de produtos ao varejista, resultando em perda de confiança.
Logo, com uma gestão de estoque cuidadosa, as companhias fabricantes, distribuidoras e varejistas mantêm o nível de serviço elevado e aumentam a fidelização do cliente.
É correto dizer que existem diversos tipos de ruptura de estoque. Entre os mais comuns, destacam-se os que detalhamos a seguir.
Este tipo de ruptura acontece quando há uma falha no processo de reposição de produtos, resultando na falta de itens essenciais. Ou seja, os itens estão disponíveis no armazém, mas não foram colocados nas prateleiras ou gôndolas.
A ruptura de exposição ocorre quando um produto está disponível no estoque, mas não é reposto adequadamente nas prateleiras ou gôndolas da loja, tornando-o inacessível ao cliente.
Diz-se que há ruptura fantasma quando um produto está disponível no estoque e em exposição, mas o cliente não consegue localizá-lo.
Normalmente devido à má organização do PDV ou posicionamento inadequado nas prateleiras.
A ruptura de abastecimento ou de compra se dá quando um produto específico, como uma cor, modelo ou tamanho, está indisponível devido a falhas na reposição ou problemas na cadeia de suprimentos.
Já quando um produto está disponível no estoque, mas não foi devidamente registrado ou precificado no sistema de vendas, vemos uma ruptura de cadastro.
Ruptura de produção | Está relacionada a problemas na linha de produção que impedem a fabricação ou entrega conforme o que foi previamente definido. |
Ruptura de demanda inesperada | Acontece quando procura por um item excede as previsões, levando a um descompasso entre o que a empresa produz ou adquire e o que ela pode vender. |
Ruptura logística | Envolve falhas no transporte, armazenamento ou distribuição de mercadorias, causando atrasos de disponibilidade. |
Ruptura técnica | Refere-se a problemas como falhas em sistemas de gestão de estoque, que podem resultar em erros na contagem ou no controle de inventário. |
Ruptura cíclica | Ocorre em padrões sazonais, quando a demanda por certos produtos aumenta de maneira previsível durante períodos como o Natal ou durante eventos climáticos, entre outros. |
Ruptura de comunicação | Resulta de falhas no diálogo entre as diferentes partes da cadeia de suprimentos, levando a erros na previsão de vendas ou na coordenação de pedidos. |
Ruptura por obsolescência | Acontece quando os produtos em estoque perdem demanda, resultando em excesso no armazém em alguns casos e falta de outros itens mais relevantes. |
Ruptura de segurança | Está relacionada à falta de estoque de segurança, que é uma quantidade adicional de produtos mantida para mitigar riscos de variações na procura ou atrasos na cadeia de suprimentos. |
Há diversas circunstâncias ou causas da ruptura de estoque. Confira, a seguir, um detalhamento das principais.
A ausência de um planejamento de demanda eficaz compromete a precisão na previsão comercial, resultando em níveis de estoque inadequados.
Basicamente, sem uma análise criteriosa de tendências de mercado, sazonalidades e histórico de vendas, há dificuldades para alinhar a oferta à demanda real. Ademais, a falta de integração entre departamentos, como vendas, marketing e logística, agrava o problema.
Neste caso, a comunicação ineficiente impede a troca de informações para ajustes rápidos nas estratégias de reposição. Ou seja, o sistema de abastecimento se torna menos responsivo às variações mercadológicas.
A disposição inadequada de produtos nas gôndolas dificulta a reposição eficiente e a visibilidade dos itens para os clientes. Essa organização desordenada pode levar à percepção de falta de produtos, mesmo quando estes estão disponíveis no estoque, resultando em vendas perdidas e insatisfação do consumidor.
Além disso, a ausência de um bom planograma compromete a otimização do espaço de vendas e a rotatividade dos produtos. Por exemplo, levando à falta de padronização na exposição — o que dificulta a identificação de itens com maior demanda, prejudicando a gestão de estoque e aumentando o risco de rupturas.
Também quando há problemas na gestão de compras a ruptura de estoques costuma se materializar. Ela normalmente é resultado de pedidos mal dimensionados, seja por excesso ou escassez de produtos.
A falta de critérios sólidos para a seleção de fornecedores e negociação de prazos de entrega compromete a disponibilidade de mercadorias, elevando o risco de rupturas de estoque.
Além disso, a ausência de monitoramento contínuo dos níveis de estoque e do desempenho dos fornecedores impede ajustes oportunos nas estratégias de compra. Essa ineficiência operacional afeta diretamente a capacidade de atender à demanda; leva a perdas financeiras e insatisfação dos clientes.
Atrasos na entrega de fornecedores ou problemas logísticos também impactam negativamente a reposição de estoques. Estes podem ser fruto de eventos imprevistos, como desastres naturais ou crises econômicas, mas também de desorganização por porte de fabricantes, distribuidores e até dos varejistas.
Há casos em que a falta de diversificação de fornecedores e a ausência de planos de contingência agravam a situação.
Seja como for, esses problemas costumam desestruturar o fluxo de suprimentos, aumentando a vulnerabilidade a rupturas de estoque.
Furtos internos e externos representam uma parcela significativa das perdas no varejo, contribuindo fortemente para a ruptura de estoque.
Isso é ainda pior quando há ausência de medidas de segurança eficazes e de controles internos rigorosos. Pois a empresa pode demorar a perceber a ocorrência de desvios, e isso impacta a disponibilidade de produtos para os clientes.
Quanto aos resultados que uma ruptura de estoque pode gerar, normalmente eles são bastante negativos. Aqui estão consequências com as quais as companhias devem se preocupar.
As chances de um comprador retornar após encontrar produtos de qualidade semelhante em um concorrente diminuem a cada ruptura de estoque.
A menos que seja um item de edição limitada ou exclusivo de uma marca específica, é provável que os compradores procurem produtos semelhantes em outro lugar.
Insatisfeitos, clientes mais expressivos podem deixar comentários negativos na internet sobre suas experiências se tiverem que cancelar seus pedidos, ou se não tiveram os prazos de entrega atendidos.
Se contagens de estoque imprecisas levarem à ruptura de estoque após o cliente ter feito um pedido, a companhia pode acabar tendo que devolver o dinheiro do cliente. E os custos de reembolso aumentam quando os erros de falta de estoque se tornam recorrentes.
Se o cliente concordar em aguardar a disponibilidade, ele poderá fazer o pedido pendente do produto. Isso é melhor do que perdê-lo por falta de estoque, mas acarreta custos extras.
Por exemplo, se o item em espera fizer parte de um pedido maior, o varejista geralmente cobre a segunda taxa de envio. Além disso, é prática comum agilizar o envio do item em espera para compensar o comprador por sua experiência abaixo do padrão.
Uma empresa na qual a ruptura de estoque é frequente costuma ganhar uma fama de pouco confiável. Isso, em médio e longo prazo, é péssimo para sua competitividade
O indicador de ruptura de estoque é um parâmetro que quantifica a frequência ou proporção de vezes O indicador de ruptura de estoque é um parâmetro que quantifica a frequência ou proporção de vezes em que um produto específico está indisponível. Isso em relação ao total de oportunidades de venda durante o período analisado.
Para calculá-lo, vejamos o seguinte exemplo: uma loja de produtos eletrônicos precisa verificar sua taxa de ruptura ao longo de um mês. Neste caso, os dados coletados são:
Com essas informações em mãos, usa-se a seguinte equação:
Índice de Ruptura de Estoque = (total de vezes que o produto ficou fora de estoque / total de oportunidades de venda) * 100 |
Substituindo os valores:
Portanto, o índice de ruptura ao longo do mês, neste caso, foi de 2,5%. Em outras palavras, o produto não estava disponível em 2,5% das vezes em que surgiu uma oportunidade de comercializá-lo.
Em situações mais complexas, a análise pode abranger diversas categorias de produtos e períodos específicos. Além disso, pode considerar fatores sazonais ou eventos especiais que possam influenciar a demanda.
Confira, a seguir, dicas para mitigar a ruptura de estoque na sua empresa.
Isso envolve uma análise detalhada das preferências do consumidor, sazonalidades e outros fatores que possam impactar a procura por seus produtos.
Ferramentas de análise de dados e sistemas de monitoramento em tempo real ajudam a identificar tendências. Eles também permitem ajustes proativos nos níveis de estoque, conforme as necessidades regionais.
Além disso, deve-se contar com a colaboração entre equipes de Vendas e Marketing para obter insights sobre campanhas promocionais, eventos locais ou mudanças no comportamento do comprador.
Dessa forma, compreende-se melhor as demandas específicas de cada região, fazendo com que a empresa esteja mais preparada para ajustar estrategicamente seus estoques.
Ao contar com fornecedores próximos, a companhia reduz os prazos de entrega e minimiza os riscos associados ao transporte de longa distância.
Essa proximidade permite uma comunicação mais eficiente e ajustes rápidos nas ordens de compra, garantindo uma resposta ágil às variações na demanda.
Além disso, parcerias locais proporcionam benefícios como conhecimento aprofundado do mercado, flexibilidade nas negociações e uma base mais sólida para a gestão eficiente de estoques.
Esse tipo de ferramenta tecnológica oferece funcionalidades como previsão de demanda, monitoramento em tempo real, reabastecimento automático e análise de tendências.
Opera automatizando processos e aproveitando dados precisos, o que eleva a eficiência na tomada de decisões, reduzindo os riscos de falta ou excesso de produtos.
Além disso, sistemas de gerenciamento de estoque podem ser integrados a outras partes do negócio, como Vendas e Finanças, facilitando uma abordagem mais holística na gestão estratégica e nas operações.
Também é importante identificar pontos vulneráveis na cadeia logística, como rotas de transporte suscetíveis a atrasos, problemas de segurança, eventos climáticos, e assim por diante.
A análise de riscos também deve considerar a dependência de fornecedores específicos e a diversificação de canais de transporte. Tudo isso para reduzir a exposição a falhas potenciais.
Para mitigar esses riscos, a empresa pode investir em alternativas de transporte mais seguras e confiáveis, além de implementar estratégias de contingência.
Outro fator é manter uma comunicação aberta com os parceiros logísticos e monitorar ativamente o status das remessas para antecipar e enfrentar possíveis desafios, prevenindo rupturas de estoque.
Acompanhar sistematicamente o índice de ruptura permite identificar padrões e causas recorrentes de indisponibilidade de produtos. Essa prática possibilita a implementação de ações corretivas e preventivas, assegurando a disponibilidade contínua dos itens e elevando a satisfação do cliente.
Para tal, conte com ferramentas de gestão de estoque que fornecem dados precisos para monitoramento, facilitando a análise de desempenho e a tomada de decisões estratégicas.
Com base nessas informações, ajuste processos internos e aprimora a eficiência operacional, minimizando perdas e otimizando recursos.
Quando realizado com antecipação, o planejamento de campanhas promocionais e datas sazonais permite alinhar o estoque à demanda esperada. Ele contribui muito para evitar rupturas durante picos de vendas.
Essa é uma abordagem estratégica que assegura que os produtos estejam disponíveis quando mais procurados, maximizando as oportunidades de receita.
Ela é bem estruturada quando amparada pela análise de dados históricos e tendências de mercado — sobretudo, visando na previsão de demanda e permitindo ajustes precisos nos níveis de estoque.
Por fim, é recomendável manter um estoque de segurança para itens de alta rotatividade. Especialmente com o objetivo de absorver variações inesperadas na demanda e, consequentemente, prevenir rupturas.
Conduza essa reserva estratégica para assegurar a continuidade das vendas, mesmo diante de flutuações no consumo ou atrasos no abastecimento.
Para tal, considere fatores como tempo de reposição, variabilidade da demanda e criticidade do produto.
A ruptura de estoque é um evento que se torna problemático quando frequente. Isso em todas as empresas, de todos os portes e em todos os segmentos de mercado.
Entendê-la e tratá-la de maneira estratégica é fundamental. Ou seja, é preciso detectá-la em tempo hábil, analisar seus padrões de ocorrência e, especialmente, planejar e executar táticas de prevenção e mitigação.
A boa notícia é que com tecnologia e capacidade analítica, é possível fazer com que a ruptura de estoque não se torne um problema para o negócio.