Publicado em 06/04/2023

Alimentação fora do lar: mercado, desafios e tendências

Alimentação fora do lar: mercado, desafios e tendências

Geofusion Hannah Schroer
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Alimentação fora do lar

A alimentação fora do lar é um dos segmentos que mais sofreu na pandemia da Covid-19. No entanto, não deixou de crescer e se reinventar.

De fato, o mercado brasileiro de food service é o 5º maior do mundo, com um gasto per capita de R$ 2200 por ano, o que demonstra a importância do setor.

Além disso, a expectativa para 2023 e 2024 é de reverter as perdas registradas durante o período mais crítico do isolamento social.

Neste artigo, você vai entender a fundo o mercado, as tendências e os maiores desafios do setor de alimentação fora do lar.

Clique para conferir:

O mercado de alimentação fora do lar

Em 2020, logo que a Organização Mundial da Saúde decretou a pandemia, o food service foi gravemente afetado. Afinal, diversos negócios precisaram fechar as portas por conta das restrições de circulação de pessoas.

Naquele ano,  houve retração de 27,5% no segmento, de acordo com João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Segundo ele, a redução rompeu a série positiva que estava sendo observada ao longo dos anos anteriores.

Mas nem tudo foi negativo. O e-commerce, o delivery e novos modelos de negócio prosperaram. Muitas marcas fizeram viradas importantes e cresceram mesmo em meio ao momento desafiador.

E para 2023 e 2024?

Em 2022, o faturamento anual do mercado de alimentação fora do lar no Brasil foi de 74,6%, ainda segundo a Abia. No entanto, Fábio de Francisco, diretor e sócio-fundador do BaresSP, diz que espera por uma “recuperação plena dos estabelecimentos de alimentação fora do lar só a partir do segundo semestre de 2023”.

Apesar do foodservice ter crescido 20% no terceiro trimestre de 2022, segundo o estudo Crest Brasil, realizado pela Mosaiclab em parceria com o Instituto Foodservice Brasil (IFB), a crise global e a inflação acendem um alerta para 2023.

Analisando as informações desses especialistas, percebe-se um cenário de crescimento moderado em 2023.

Isso não significa, é claro, deixar o investimento de lado. O conselho, segundo o Sebrae, é priorizar análises e previsões com revisões de curto prazo.

Afinal, quanto mais agilidade na tomada de decisão, maiores são as chances de conquistar os melhores resultados possíveis e explorar oportunidades.

Alimentação fora do lar

Quais são os principais desafios do setor?

Não é surpresa para ninguém que a pandemia de Covid-19 mudou a forma com que os consumidores se comportam.

Além dessa mudança de comportamento, os clientes também esperam adaptações das empresas que extrapolam o delivery.

Uma pesquisa encomendada pela Abia e realizada pela Qualibest em parceria com a Galunion revelou números interessantes sobre essas mudanças. Realizada entre 28 de julho e 2 de agosto de 2021, foram entrevistados homens e mulheres a partir de 18 anos, das classes A, B e C, em todo o Brasil.

Segundo a pesquisa, 35% dos consumidores veem a higiene e segurança como o principal critério para a escolha de um restaurante. O segundo e terceiro lugar são para uma comida gostosa e um preço justo, respectivamente.

Se adaptar ao novo gosto do cliente é apenas um dos desafios do setor de alimentação fora do lar. Veja mais alguns exemplos a seguir:

Digitalização do estabelecimento

De acordo com um estudo realizado pelo IFB em parceria com a consultoria Cognitive Media Science, o pouco investimento ou a incerteza de quando iniciar a transformação digital era realidade de 74% do setor de alimentação fora do lar em 2022.

Segundo a consultoria, as empresas poderiam perder aproximadamente 24% nos lucros por conta da imaturidade digital.

Com a digitalização, os negócios de alimentação fora do lar podem monitorar estoque, realizar vendas e compras online, criar um ecossistema de marketplace e diversas outras vantagens.

Mas, para isso, é necessário um investimento, o que pode ser um desafio.

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Obtenção de crédito

Outro desafio elencado por João Alfredo Pimentel, fundador da 6place, plataforma digital de abastecimento para redes de franquias de alimentação e food service, é a obtenção de crédito.

Um estudo da Abrasel em parceria com a Alelo apontou que 79% dos bares e restaurantes buscaram algum tipo de crédito no período pandêmico, mas apenas 50% obtiveram êxito.

Entre as principais razões para os pedidos terem sido negados foram: restrições com o nome da empresa ou com o nome do proprietário/sócio e não conseguir apresentar garantias e/ou faturamento suficientes.

Márcio Alencar, diretor de Estratégia Digital, Marketing e Negócios da Alelo, diz que “os números expõem a necessidade do mercado de contar com linhas especiais, capazes de democratizar o acesso ao crédito, principalmente nos momentos em que as empresas precisam de ajuda para manter os negócios ativos”.

Gestão de abastecimento

A má gestão do estoque é também um dos principais desafios do setor de alimentação fora do lar. Isso porque pode comprometer não apenas a saúde financeira do negócio, como também prejudicar a imagem da marca.

Além disso, não planejar bem o estoque e o abastecimento dos alimentos pode gerar problemas com a segurança alimentar, o que pode até mesmo fechar as portas do negócio.

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Inflação

De acordo com uma pesquisa realizada pela Galunion em parceria com a Associação Nacional de Restaurantes (ANR) e o Instituto Foodservice Brasil (IFB), a inflação é a maior preocupação dos representantes de 9.136 estabelecimentos que participaram do estudo.

Os entrevistados seguem otimistas com a recuperação do setor, mas 74% apontam a inflação como desafio,  assim como a atração de clientes e o crescimento das vendas (53%).

Tendências de alimentação fora do lar

Mesmo com tantos desafios, o setor de alimentação fora do lar segue se reinventando. Afinal, comer é uma necessidade humana básica e as pessoas continuarão se alimentando, independentemente do momento do mercado.

Veja a seguir algumas tendências de alimentação fora do lar para 2023:

Tecnologia cada vez mais presente

Implementados no início da pandemia para evitar o contágio, os cardápios digitais estão longe de serem extintos. Embora amplamente criticados nas redes, os cardápios por QR code resistiram por diversos motivos, que você pode conferir nesta matéria da CNN.

Já os pagamentos via pix fazem cada vez mais sucesso.

Em março de 2020, 35% dos brasileiros que possuíam um smartphone já haviam feito algum pagamento via QR code. Já em março de 2021, o número subiu para 53% e, em março de 2022, saltou para 67%. Os dados são do Panorama Mobile Time/Opinion Box.

Além disso, o Chat GPT chegou para mostrar que a Inteligência Artificial está apenas começando, mas pode ser utilizada para diversos segmentos. Para alimentação fora do lar, a IA pode ser usada para:

  • Antecipar as preferências do consumidor;
  • Entender quais os melhores itens para o cardápio;
  • Saber o horário ideal de funcionamento;
  • Criar estratégias de marketing;
  • Entre outros.

Dark kitchens

Cada vez mais popular no Brasil, a cozinha fantasma, ou dark kitchen, é uma das maiores tendências para o setor de alimentação fora do lar.

Isso porque é um formato que permite otimizar diversos processos no fluxo de produção e entrega dos restaurantes, principalmente quando se trata da oferta de comidas rápidas.

Desde os gastos com estabelecimentos menores até uma atenção maior à frota de entregas, a implementação desse modelo torna o atendimento mais ágil e eficaz, pois não necessita de um espaço para atendimento ao público.

Neste caso, o local funciona apenas para o preparo dos alimentos que serão entregues, e os pedidos ocorrem por meio de apps de delivery e entregadores próprios.

Alimentos saudáveis, comfort food e plant-based

Assim como a maneira de preparar e entregar os alimentos mudou, o consumo dos mesmos também. Uma pesquisa global feita pelo Instituto Akatu revelou que os brasileiros estão mais dispostos a pagar mais por alimentos saudáveis.

Além disso, de acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), o Brasil conta com 30 milhões de vegetarianos e cerca de 7 milhões de veganos. São quase 40 milhões de brasileiros buscando essa opção de alimentos.

Atingir esse público não é apenas uma boa ideia, como também uma tendência que pode trazer lucratividade e fidelidade dos seus clientes.

Por fim, uma tendência para o mercado de alimentação fora do lar é a comfort food, ou comida confortável.

Esse é um tipo de alimentação que tem como conceito despertar a nostalgia e recordação de boas lembranças, como as refeições que uma pessoa comia quando era criança. A clássica comida de mãe, por exemplo.

As comfort foods costumam ser pratos simples com sabor de comida caseira, ou até mesmo um restaurante de pratos típicos de uma região específica.

Alimentação fora do lar

Inteligência de dados

A inteligência de dados está ganhando cada vez mais espaço no mercado de alimentação fora do lar. Usando tecnologias e ferramentas de análise de dados, é possível coletar informações valiosas sobre o comportamento dos clientes e otimizar os processos internos dos estabelecimentos.

Esses dados podem ser usados para aprimorar a gestão dos negócios e proporcionar uma experiência ainda melhor aos clientes.

Por exemplo, é possível identificar quais pratos são mais populares e ajustar o cardápio de acordo, além de otimizar o estoque e reduzir o desperdício de comida.

Além disso, com a inteligência de dados, os negócios de alimentação podem personalizar o atendimento aos clientes, oferecendo promoções e descontos de acordo com suas preferências e histórico de consumo.

Isso ajuda a fidelizar os clientes, aumentar as vendas e maximizar os seus lucros.

Descubra mais 7 tendências de alimentação fora do lar

Agora que você já sabe como está o mercado de alimentação fora do lar, seus desafios e algumas tendências, separamos um material incrível com muito mais informações.

É o nosso ebook “7 tendências no setor de alimentação”, onde você vai descobrir:

  • Como empresas de diferentes pontos da cadeia de suprimentos se adequam ao omnichannel;
  • Os efeitos das mudanças climáticas e do contexto econômico no setor;
  • De que forma o mapeamento eficiente do público-alvo garante o sucesso de empresas em processo de expansão.

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