Publicado em 23/04/2024

Varejo de vizinhança: o que é e importância do geomarketing

Varejo de vizinhança: o que é e importância do geomarketing

Geofusion Victor Melo
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O varejo de vizinhança é uma parte do setor varejista que tem demonstrado otimismo nos últimos anos.

Por exemplo, em 2023, 88% dos proprietários de comércios locais se disseram animados com o futuro, segundo estudo realizado pelo Instituto Locomotiva

Ao mesmo tempo, há apreensão. 

Na mesma pesquisa foi detectado que 9 em cada 10 varejistas de vizinhança têm sempre alguma preocupação com a qual lidar – seja porque a macroeconomia não demonstra dar sinais claros de melhora; seja por razões mais imediatas, como as despesas operacionais.

Nos referimos, portanto, a uma temática que merece atenção.

Com isso em mente, continue lendo, pois aqui detalharemos os seguintes tópicos:

  • o que é varejo de vizinhança?
  • quais são as principais características dos estabelecimentos desse formato varejista;
  • quais são os tipos de varejo de vizinhança mais comuns;
  • como adequar a loja aos hábitos de consumo da vizinhança;
  • como o geomarketing auxilia na expansão de lojas de vizinhança;
  • e muito mais!

O que é o varejo de vizinhança?

Também chamado de varejo de proximidade, o varejo de vizinhança é muito presente no Brasil. Ele, basicamente, se caracteriza por estar próximo aos consumidores, em seus bairros, por exemplo.

São estabelecimentos comerciais que oferecem bens e serviços básicos – aqueles frequentemente adquiridos pelos moradores nos arredores imediatos. Eles vão desde pequenas lojas de roupas e acessórios até mercadinhos, entre outros.

Além disso, o varejo de vizinhança também pode ser nomeado muitas vezes como varejo de conveniência.

Pode-se dizer que se trata de uma modalidade do varejo muito presente na vida da população. 

Isso é possível tangibilizar quando olhamos para o fato de 68% dos latinoamericanos preferirem fazer compras nas proximidades de suas casas, como detectou uma pesquisa da Kantar.

→ Uma palavra-chave para o varejo de vizinhança: atendimento personalizado. Os pesquisadores da Kantar identificaram que os clientes não se importam de pagar até 3% mais caro desde que o estabelecimento lhes seja conveniente e esteja próximo. 

Nos últimos anos, esse tipo de comércio tem se expandido nos centros urbanos e também em cidades interioranas de médio porte.

E um dos motivos para isso é o trabalho remoto ou híbrido, que faz com que muitas pessoas passem a não precisar mais ir até o escritório e, portanto, fazem mais compras perto de casa. 

Iniciado a partir da pandemia de COVID-19, esse é um novo paradigma no leque dos hábitos de consumo atuais, conforme pontua a J.P. Morgan.

Em suma, estamos falando de pequenos mercados, lojas dos mais variados tipos, pequenas galerias, strip malls, padarias, entre outros tipos de comércios.

Ou seja, todos os estabelecimentos que ocupam pouco espaço e estão a poucos passos de seus clientes fazem parte do varejo de vizinhança.   

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS ESTABELECIMENTOS QUE COMPÕEM O VAREJO DE VIZINHANÇA
Proximidade com o consumidorEstão localizados a uma curta distância dos clientes, permitindo acessos rápidos e frequentes.
ConveniênciaOferecem produtos essenciais para atender necessidades básicas e imediatas; compras de última hora.
Relacionamento com a comunidadeEstabelecem um vínculo pessoal e próximo com os clientes, proporcionando atendimento personalizado.
FlexibilidadeTêm disponibilidade para adaptar o mix de produtos conforme as mudanças de hábitos, preferências e necessidades locais.Além disso, muitas vezes operam com horários mais extensos, inclusive se adaptando à rotina e às sazonalidades da população local.
Variedade limitada de produtosGeralmente oferecem uma seleção mais restrita de marcas e categorias que os grandes varejistas, pois o foco é no atendimento às necessidades cotidianas dos consumidores.
Sustentabilidade e desenvolvimento localContribuem para a economia local e promovem práticas sustentáveis ao reduzir a necessidade de longos deslocamentos.
Adaptação rápidaPodem responder agilmente a mudanças no comportamento do consumidor, uma vez que recebem feedbacks frequentes.
Tamanho de estabelecimentoOcupam espaços compactos, facilitando que os consumidores entrem, localizem o que buscam e finalizem a compra com agilidade.  
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Quais os tipos de varejo de vizinhança?

Há uma infinidade de estabelecimentos comerciais que podem se encaixar no varejo de vizinhança, sendo esses os mais comuns:

  • Mercadinhos e mercearias: pequenas lojas que fornecem produtos alimentícios básicos, bebidas e outros itens de uso diário.
  • Padarias e confeitarias: especializadas em pães, doces e outros produtos de panificação frescos.
  • Farmácias e drogarias: oferecem medicamentos, produtos de saúde e beleza.
  • Cafés e lanchonetes: locais para refeições rápidas, café e socialização.
  • Lojas de conveniência: abertas por longos períodos e às vezes 24 horas, vendem uma variedade de itens rápidos e essenciais.
  • Açougues e peixarias: especializados em carnes frescas e frutos do mar.
  • Lojas de produtos naturais e orgânicos: focadas em alimentos saudáveis, orgânicos e sustentáveis.
  • Papelarias e lojas de presentes: oferecem artigos de papelaria, presentes e itens de decoração.
  • Lojas de roupas e acessórios: pequenas boutiques que vendem vestuário e acessórios.
  • Serviços locais: incluem lavanderias, barbearias, salões de beleza e serviços de reparo.

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Como adequar a loja aos hábitos de consumo da vizinhança?

Pensemos agora sobre o que é importante fazer para adequar o ponto de venda aos hábitos de consumo da vizinhança. Confira algumas dicas nos tópicos a seguir.

Invista em lojas compactas e agradáveis

Uma característica bem marcada do varejo de proximidade é o tamanho reduzido das lojas.

Porém, isso não pode significar “aperto”, longas filas ou desconforto ao shopper.

O melhor caminho, neste ponto, é tornar o ponto de venda agradável, convidativo. Ou seja, as pessoas precisam se deparar com um layout que as atraia ao passo em que sintam que farão suas compras e pagamento rapidamente.

Facilite o acesso apostando na proximidade

Há diversos especialistas que afirmam que um estabelecimento comercial de vizinhança precisa estar a 15 minutos de seu público-alvo. 

Talvez essa matemática não precise ser tão “ipsis litteris”, mas é sim uma grande verdade que quanto mais próximo, melhor. 

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Invista em um bom mix de produtos

Os PDVs menores geralmente não podem disponibilizar uma quantidade muito vasta de opções de marcas de uma mesma categoria de produtos. Mas isso não significa que o mix precise ser diminuto.

Pelo contrário, é sim importante que os consumidores locais consigam encontrar o máximo de itens que necessitem em seu dia a dia em sua loja mais próxima. 

Isso é válido para qualquer tipo de varejo de vizinhança: de lojas de roupas e acessórios a mercearias, passando por papelarias, lavanderias e outros estabelecimentos. 

Demonstre esforço de bom atendimento

Eis uma frente que faz toda a diferença neste modelo de negócio: os consumidores querem, ainda que inconscientemente, um atendimento mais pessoal. 

Isso é totalmente ao contrário do que esperam de grandes shoppings, lojas de departamentos e hipermercados, onde o fluxo de clientes é grande e não há muito tempo para o “olho no olho”.

Basicamente, os frequentadores de comércios locais, por serem e se sentirem de fato vizinhos, esperam ser tratados como tal. 

Comunique familiaridade

Em termos de Marketing e Comunicação, a familiaridade precisa ser um fio condutor das campanhas, das ativações, do diálogo, da experiência como um todo.   

Veja o exemplo da OXXO, uma rede mexicana de mercados de vizinhança que tem mais de 21 mil unidades na América Latina, sendo ao menos 350 delas no Brasil. 

Nascida em 1978 e com forte crescimento na última década, a companhia resolveu abraçar a maneira com que seus clientes pronunciavam a marca.

E fez isso de maneira bem humorada, colocando nas fachadas o slogan “Se fala ‘ó-quis’sô’, mas pode chamar como quiser”.

Aposte na multicanalidade

Para inserir ainda mais conveniência, também vale a pena formatar uma estratégia omnichannel.

Isso pode ser feito, por exemplo, permitindo que os clientes façam o pedido via aplicativo ou site para retirar na loja no horário combinado – ou, ainda, fazer entregas grátis ou com preço bem acessível nas redondezas.   

Como o geomarketing auxilia a expandir lojas de vizinhança?

Para finalizar, aos empreendedores que buscam expandir lojas de vizinhança, seja em aberturas de lojas próprias ou via franquias, é recomendável o uso estratégico do geomarketing.

O geomarketing é uma ferramenta poderosa, pois une tecnologia e métodos de captação, processamento e análise de dados geográficos para otimizar estratégias de marketing e vendas. 

Ao compreender como o geomarketing funciona, varejistas de vizinhança podem identificar oportunidades de expansão e atender melhor as comunidades locais.

Confira, a seguir, algumas maneiras de fazer isso. 

Avaliação das localidades aderentes ao tipo de loja

Ao olhar para um centro urbano, é complexo determinar exatamente em quais locais estabelecer um comércio de vizinhança.

Para isso o geomarketing é muito útil, uma vez que com uma ferramenta especializada você pode visualizar rapidamente os pontos geográficos, definindo parâmetros a serem rastreados — condizentes com o projeto e os objetivos da marca, entre outras variáveis.  

No detalhe, o geomarketing permite analisar o potencial de diferentes áreas se baseando em critérios como densidade populacional, acessibilidade e proximidade de concorrentes. 

Ferramentas de mapeamento e análise preditiva proporcionam, a partir de poucos cliques, a detecção de regiões com alta demanda e baixa concorrência, aumentando as chances de sucesso da nova loja.

Entendimento aprofundado do público local

Outra etapa na qual o uso do geomarketing é recomendado é no esforço por entender verdadeiramente o público local. 

Isso envolve analisar dados demográficos, como idade, renda, preferências e perfil de consumo, que podem ser coletados através de ferramentas de análise geoespacial. 

Com essas informações, uma loja de vizinhança pode, por exemplo, adaptar seu estoque e serviços para melhor atender às necessidades específicas da área.

Marketing direcionado

A capacidade de realizar campanhas de marketing direcionadas é outra vantagem significativa trazida pelo geomarketing. 

Entendendo onde estão os clientes e como eles se comportam, lojas de vizinhança criam promoções e anúncios personalizados. Ou seja, que falam diretamente ao público local. 

Assim, aumenta-se a eficácia do marketing, custos são reduzidos e alcança-se a elevação das taxas de resposta.

Monitoramento da concorrência

O geomarketing também oferece uma visão clara dos competidores diretos e indiretos.

Ferramentas de análise de dados espaciais identificam, por exemplo, onde concorrentes estão localizados, quais produtos eles oferecem e até suas estratégias de preço. 

Essas e outras informações são muito estratégicas no varejo de vizinhança. Isso porque, assim como nas demais modalidades varejistas, há sempre a necessidade de diferenciação e captura da maior parcela do mercado local.

Decisões baseadas em dados

Em paralelo a tudo o que sinalizamos até aqui, é válido ter em perspectiva que o geomarketing ajuda na tomada de decisões orientada por dados. 

Com acesso a informações precisas e atualizadas sobre tendências de mercado e comportamento do consumidor, os gestores fazem escolhas informadas em seus planejamentos.

Eles deixam de contar apenas com a intuição ou com investigações “informais” e conseguem agir com muito mais confiabilidade.

Isso porque dispõem de recursos analíticos para obter respostas orientativas para escolha de onde estabelecer PDVs, fazer gestão de estoque, estruturar e executar estratégias de expansão, e muito mais.

Conclusão

Como você viu ao longo deste texto, o varejo de vizinhança é um modelo de negócios que vem se expandindo e oferece muitas oportunidades.

Isso tanto para empreendedores individuais quanto para grandes redes e franqueadores, interessados em aproveitar mudanças comportamentais dos consumidores.

Com a busca por conveniência e proximidade em alta, abrir lojas para atendimento da vizinhança é uma tendência que não pode ser ignorada.

Para ter sucesso nessa empreitada, o geomarketing é um grande aliado. Com ele, é possível estudar as regiões, os consumidores presentes nelas, o volume de demanda, a concorrência, entre muitas outras variáveis.

O que você achou das perspectivas sobre o varejo de vizinhança que trouxemos aqui?  

Aproveite e saiba mais sobre como utilizar o geomarketing para uma expansão assertiva de lojas. Acesse nosso material exclusivo:

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